A ARTE DE DANÇAR
Sou professor de danças de salão há mais ou menos 6 anos,
mas do meu primeiro contato com essa arte já se vão 15. Comecei na escola onde
hoje sou professor. Nessa minha carreira, tive o prazer de vivenciar
experiências que me enriqueceram muito como profissional e principalmente como
pessoa. Como todo ser humano que erra, tive muitos percalços e muitas vitórias.
Hoje vejo a dança de forma bastante ampla e voltada para um horizonte de
questionamentos que poderão ou não ser resolvidos. Recentemente dividi a dança
em grupos. O número de pessoas nesses grupos pode aumentar ou diminuir e isso
será sempre variável. Vai depender do amor e do envolvimento de cada pessoa com
a dança.
Uma pergunta que sempre faço aos meus alunos no início das
aulas é: QUAL É O SEU OBJETIVO COM A DANÇA? Todos têm uma razão pela qual
entraram na academia e, aos poucos, vão descobrindo um leque de desafios a
serem enfrentados: timidez, consciência corporal, ritmo, sensualidade,
criatividade, música, o encontro com o próprio corpo e com o corpo do outro. Um
universo extremamente prazeroso de se habitar.
Em minha análise da dança, os grupos foram divididos da
seguinte forma:
OS INICIANTES
São aqueles que nunca dançaram e estão na academia para
aprender seus primeiros passos. Geralmente são empolgados e se divertem muito
com as aulas. Nesse grupo são selecionados aqueles que irão passar para o
seguinte. Existem pessoas que têm dificuldades com o aprendizado e podem
“morar” nesse grupo por bastante tempo. Muitos acabam desistindo por causa da
dificuldade encontrada na execução dos passos elaborados.
OS QUE EXECUTAM OS MOVIMENTOS
Pra mim, esse é um grupo forte. São pessoas que sabem
executar os movimentos (bem ou mal) e que ficam na academia por um período
maior que 01 ano e meio. Às vezes fazem mais de uma turma e se viram bem em
quase todos os ritmos. As pessoas desse grupo podem ter dificuldades de
cognição e não desenvolver a dança corretamente, embora muitos saibam executar
um repertório bastante variado. Existem muitos nesse grupo que falam que “sabem
dançar”.
OS QUE DANÇAM OS MOVIMENTOS
Geralmente os que estão nesse grupo entendem bem a música.
Sabem usar as nuanças, criar, têm repertório e podem fazer passos elaborados.
Normalmente são pessoas que dançam muito em bailes e têm bastante domínio dos
ritmos que sabem. Desde o início, “pegaram firme” e estudaram as coisas
aprendidas. São pessoas desinibidas e que interagem com todo mundo.
OS DANÇARINOS
Diferentemente dos QUE DANÇAM OS MOVIMENTOS, os dançarinos
são aquelas pessoas que gostam de se apresentar em bailes, que curtem fazer
coreografias e se arriscam nos palcos e salões em dia de aniversário da escola.
Preparam figurinos, ensaiam, se divertem com todo o glamour que uma apresentação tem. São pessoas que levam a dança a
sério e fazem aula há muitos anos. Pessoas “novas na dança” também podem fazer
apresentação, mas os DANÇARINOS são pessoas que dedicam boa parte do seu tempo
para ensaios, aulas e montagem de coreografias. Um dançarino não tem que
necessariamente ser professor e vice-versa.
OS PROFESSORES
Nesse grupo estão aquelas pessoas que gostam de ensinar as
pessoas a dançar. É preciso que seja uma pessoa paciente, sem muita vaidade,
que tenha conhecimento técnico. Que saiba um pouco da história dos ritmos que
ensina. Os professores são os grandes responsáveis pelas mudanças de grupo. Ele
pode incentivar ou a pessoa pode ter o professor como referência. É, sem
dúvida, uma grande responsabilidade, uma vez que algumas[p1]
pessoas o transformam num mito. Alguém que lhes mostra o caminho para
frequentar os grupos. É preciso dedicação, amor pela dança e, acima de tudo,
uma vontade enorme de fazer com que uma pessoa que chega dizendo “sou duro(a)”,
encontre o prazer na arte de dançar. Assim como nos outros grupos, existe um
monte de pessoas que se denominam professores. A dança é uma arte e, para
ensiná-la, é preciso correr atrás pra não correr o risco de estacionar no meio
do caminho.
Essa minha divisão foi apenas um insight. Não é uma verdade e nem tem intenção de ser. É apenas um
pensamento que exponho para que você, aluno de dança, encontre o grupo com que
você mais se identifica e, de repente, encontre a resposta para a pergunta QUAL
O SEU OBJETIVO COM A DANÇA?
Como lazer e terapia numa cidade como Belo Horizonte, ainda mais para quem não gosta de esportes de "ganha-perde", é uma atividade muito boa dançar. Eu entrei pela parte lúdica, eu acho.
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